- Líderes
Somos todos loucos aqui
Artigo de Opinião por Gustavo Viana, Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã
“Alice no país das maravilhas” é um clássico da literatura infantil que nos apresenta um mundo fantástico e surreal, onde tudo é possível e as regras são feitas para serem quebradas. No entanto, ao olharmos mais de perto, podemos encontrar uma série de metáforas e analogias que geram uma reflexão sobre a sociedade.
Nesse sentido, é possível interpretar a história de Alice sob a ótica do pensamento liberal, em que a liberdade individual é um valor fundamental e o Estado deve ter um papel limitado na vida das pessoas. Para tanto, alguns dos personagens da história podem ser associados a elementos da política e da sociedade contemporânea.
O coelho branco, por exemplo, pode ser visto como uma metáfora da propaganda socialista, que nos mostra a entrada da “toca” e tenta nos convencer de que a igualdade absoluta e a abolição da propriedade privada são os ideais mais elevados a serem perseguidos. No entanto, como Alice descobre, seguir o coelho branco pode nos levar a um país em que a liberdade é reprimida e a tirania é a norma.
Esse país, por sua vez, pode ser entendido como uma ditadura socialista, em que o Estado controla todos os aspectos da vida das pessoas e as priva de seus direitos mais básicos. A “Rainha de Copas”, por sua vez, representa a autoridade suprema, ou a ditadora que impõe suas vontades de maneira arbitrária e não tolera qualquer forma de dissidência. Ela controla todo o sistema jurídico e utiliza o seu povo, ou o exército de cartas, para oprimir e eliminar qualquer pensamento dissonante, “cortando-lhes as cabeças”.
Nesse contexto, o Chapeleiro Louco representa o pensamento liberal e a resistência ao regime socialista, que luta para proteger a liberdade individual e limitar o poder do Estado. Como Alice, devemos nos juntar ao chapeleiro e lutar pela liberdade, mesmo que isso signifique enfrentar a ira da e seus seguidores, pois como a própria Alice afirma, “as melhores pessoas são loucas.”
Há outros personagens icônicos, como a Lagarta Absolem e o Gato Risonho, que podemos relacionar com os grandes pensadores que deixaram suas obras como bases de conhecimento e guias. Mas devemos ter sempre em mente o que o gato disse à Alice: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve!”
Ao final da história, Alice acorda e percebe que tudo não passou de um sonho. Ainda bem que tudo isso ocorre apenas no campo literário. Seria estranho viver em um país que anda a passos largos para se tornar um “país das maravilhas”, no qual a mídia, em sua quase totalidade, se torna parcial e influencia uma eleição para um lado político; que o alto escalão da justiça se curva aos desejos desse lado e que o “Amor venceu”, pregando o “controle social” e o cancelamento de qualquer um que ouse levantar voz contrária.
Em suma, a história de Alice no país das maravilhas vai além de uma simples fantasia infantil. Através de suas metáforas e analogias, a obra permite uma reflexão sobre questões políticas e sociais contemporâneas, como a luta entre o pensamento liberal e socialista, a importância da liberdade individual e os perigos do autoritarismo. Como Alice, devemos ter coragem para questionar as normas e lutar pela nossa liberdade, mesmo que isso signifique enfrentar a ira dos poderosos. Por fim, basta sabermos se somos loucos, ou se confiaremos que tudo não passa de um pesadelo e logo acordaremos.

Gustavo Viana, Associado Trainee.