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Resenha - Os erros fatais do socialismo

Resenha Crítica - Por Matheus Amorim, Associado II do Instituto Líderes do Amanhã


"Os Erros Fatais do Socialismo" é a tradução brasileira do último livro de Friedrich Hayek, ganhador do prêmio Nobel de economia, originalmente publicado em 1988 com o título em inglês de "The Fatal Conceit".


Hayek foi um crítico do socialismo e defensor da economia de mercado, dedicando sua vida a defender que a economia deve funcionar livremente, sem intervenção do Estado, uma vez que a tomada de decisões por parte deste sempre leva ao fracasso.


A intenção do livro é examinar os fundamentos teóricos do socialismo e criticar suas implicações práticas, apresentando uma série de argumentos teóricos e empíricos para sustentar suas críticas ao socialismo, apontando para diversos exemplos históricos de países que tentaram implementar políticas socialistas e sofreram consequências desastrosas.


Após uma breve introdução, Hayek explora as ideias de moralidade e razão, demonstrando que, para o socialista, a linguagem, a moral, a lei e a organização social foram invenções humanas e, portanto, podem ser criadas e aprimoradas pelo planejamento racional, ignorando completamente a natureza humana no processo.


Hayek argumenta que a ideia de que o acesso igual aos meios de produção levará a resultados iguais dos frutos da produção é equivocada e resultará sempre em fracasso, pois o ser humano natural não se encaixa naquilo que o autor chamou de “ordem ampliada”.


Ele trabalha essa ideia ao contrapor o argumento de que a cooperação é melhor do que a competição, demonstrando que, de forma factível, a cooperação só faz sentido em um grupo pequeno, cujos membros compartilham hábitos específicos, conhecimentos e crenças, mas falham miseravelmente quando o problema é se adaptar a circunstâncias desconhecidas, pois a história demonstra que é na competição, e não na cooperação, que o ser humano aumenta gradualmente sua eficiência.


Essa ideia é a "presunção fatal", que Hayek define como a crença equivocada de que os planejadores centrais podem possuir o conhecimento necessário para controlar efetivamente uma economia. Os principais conceitos trabalhados na obra, são explorados em diversos pontos ao longo do livro e servem como pano de fundo para a teoria de Hayek.


Hayek segue argumentando que, além de ignorar os instintos mais básicos do homem natural, o socialismo inevitavelmente levará ao sacrifício da liberdade individual, já que o planejamento centralizado necessário para o modelo econômico socialista requer a supressão da escolha individual e da autonomia, levando a uma economia menos eficiente e menos produtiva.


Para reforçar o seu conceito, Hayek lembra que o comércio, entendido como a troca livre de bens e mercadorias, é anterior ao próprio Estado e dele se originou. É por meio do comércio e da expectativa de recompensa que o ser humano arriscou sua vida para gerar bens e entregá-los a outro ser humano que sequer conhecia.


Por isso, o socialismo, ao retirar esse elemento e tentar substituí-lo pela inteligência e pelo cálculo racional do seu modelo de "ordem ampliada", levará inevitavelmente a uma economia ineficiente e improdutiva.


Em seguida, Hayek explora outro conceito-chave da obra, a já mencionada "presunção fatal", que se refere à crença de que os planejadores centrais podem possuir o conhecimento necessário para controlar efetivamente uma economia.


De acordo com Hayek, essa presunção surge da crença equivocada de que o conhecimento é objetivo e pode ser facilmente transferido ou controlado. Na realidade, o conhecimento é subjetivo e disperso, não podendo ser agregado ou controlado por qualquer indivíduo ou grupo.


O autor também questiona a eficácia do planejamento centralizado, argumentando que o conhecimento necessário para a tomada de decisões econômicas é disperso e não pode ser centralizado de forma eficiente.


O argumento de Hayek está firmemente amparado na ideia de que o conhecimento necessário para administrar um sistema complexo como uma economia está disperso entre os indivíduos e não pode ser centralizado nas mãos de alguns planejadores. Ele afirma que a economia de mercado, com sua tomada de decisão descentralizada e sinais de preços, é o melhor mecanismo para alocar recursos e coordenar a atividade econômica.


Hayek argumenta que o socialismo, ao buscar a igualdade econômica e a eliminação da propriedade privada, acaba por levar à supressão da liberdade individual e à ineficiência econômica. Segundo ele, o socialismo falha em reconhecer a complexidade e a dinamicidade do mercado, um sistema de preços descentralizado e autônomo que regula a produção e a distribuição de bens e serviços.


Além disso, Hayek aponta que o socialismo, ao concentrar o poder político e econômico nas mãos do Estado, abre caminho para a corrupção, a burocracia e a opressão. A história já comprovava isso quando a obra foi escrita e continuou a comprovar nos anos que se seguiram, como o exemplo brasileiro (vale lembrar do Mensalão, caso Banestado, Petrolão, dentre vários outros).


Ele argumenta que o socialismo, ao buscar controlar todos os aspectos da vida social, inclusive a própria religião (que ele chama de guardiã da tradição), sufoca a criatividade e a inovação, e impede a emergência de soluções espontâneas e descentralizadas para os problemas sociais.


“Os Erros Fatais do Socialismo", apesar de escrito há mais de três décadas, ainda se mostra extremamente atual, sendo relevante para o debate atual sobre as políticas econômicas e sociais, principalmente num país como o Brasil, onde as ideias socialistas continuam fortes e presentes no nosso meio político.

Matheus Amorim, Associado II.

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