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Resenha - O padrão Bitcoin – a alternativa descentralizada ao banco central

Resenha Crítica - Por Felipe Fernandes, Associado Alumni do Instituto Líderes do Amanhã


Por que o Bitcoin é considerado o melhor “dinheiro” já criado ou usado (pelo menos por alguns estudiosos? Bitcoin é um investimento? O que Bitcoin tem a ver com liberdade? Essas e outras questões são respondidas ao longo de “O padrão Bitcoin – a alternativa descentralizada ao banco central”, de Saifedean Ammous.


O autor é economista e é considerado um acadêmico independente sobre economia e moedas digitais. É professor associado de economia na Universidade Libanesa Americana e membro do Centro de Capitalismo e Sociedade e é PhD em Desenvolvimento Sustentável, ambos pela Columbia University.


Na primeira parte, Ammous busca abordar como a história do desenvolvimento do homem vivendo em sociedade tem forte correlação com a melhoria do dinheiro. Para isso, traz exemplos da origem, das características e dos diferentes tipos de dinheiro utilizados ao longo do tempo para demonstrar as suas principais características, as vantagens e desvantagens de cada.


Para chegar ao ponto central do livro, Ammous inicia com os fundamentos mais básicos do dinheiro e o problema original da sociedade que visava realizar suas trocas: (i) coincidência de desejos, (ii) divisibilidade, (iii) perecibilidade e (iv) localidade.


Para ilustrar, vamos relacionar os fundamentos acima com a seguinte suposição hipotética: o dono de uma vaca quer comprar um galão de água. Ele precisava: (i) que o dono da água quisesse comprar a vaca; (ii) a vaca fosse equivalente ao galão de água ou que parte dela o fosse; (iii) o comprador não tinha como estocar esses itens ao longo do tempo ou por muito tempo; e (iv) eles precisavam estar próximos para que essa troca ocorresse, bem como os itens da troca.


E quais seriam as características de um bom dinheiro? (a) ter aceitabilidade na sociedade; (b) ter capacidade física de troca; (c) ser vendável (habilidade de manter valor no futuro); (d) ser um bem escasso ou uma reserva de valor; e (e) ser seguro para realizar as trocas indiretas.

Com isso, o autor entende que “um dinheiro de fácil produção não é um dinheiro forte” e que “um dinheiro fraco não torna a sociedade mais rica", ao desenvolver suas análises iniciais.


Isso, inclusive, é o argumento mais forte da segunda parte, em que o autor critica com veemência, e com fatos e dados, o dinheiro governamental e como ele, na prática e na verdade, é uma grande fraude.


Ammous aproveita para realizar um registro histórico e, em paralelo, das políticas econômicas adotadas ao longo do tempo, bem como para criticar boa parte delas com fundamentação prática.


Um destaque relevante que é feito pelo autor é a definição de preço retirada de, um artigo de Friederich V. Hayek, em que ele consegue explicar como o conhecimento é tão disperso na sociedade que seria impossível centralizar as decisões econômicas no Estado. A importância desse ponto é que as políticas que pregam o contrário acabaram, porque os preços informam à sociedade que algo está mais fácil ou mais difícil de ser produzido. Um efeito diferente ocorre quando há impressão de dinheiro ou congelamento de preços: como defende John Keynes, prejudicando o cálculo econômico e gerando distorções nos mercados e na vida das pessoas. Ou seja, o preço do dinheiro vem da renúncia do consumo que poderia ter sido feito com ele.


As lições dessas questões, a história e toda a refutação às práticas socialistas apresentadas mostram quais são as características desejáveis do dinheiro e como o Bitcoin é a melhor solução por ter todos os fundamentos que resolvem o problema original e ter as características de um bom dinheiro.


Na parte final, em que se fundamenta o motivo pelo qual o Bitcoin é o melhor dinheiro já produzido ao introduzir o tema, o autor comenta que “o Bitcoin é um software que permite a transferência de valor usando moeda protegia contra inflação sem depender de terceiros”.

O autor demonstra como é a segurança do Bitcoin é complexa e ele tem uma escassez prevista na taxa baixa de produção é uma prova de conceito que a rede inteira pode atestar a segurança. E ao longo da parte final, ele responde tecnicamente questões sobre segurança, volatilidade, “mineração” das moedas, custos e suas vantagens (e apresenta as desvantagens também), o que vale a pena ser lido para ter a própria opinião sobre os temas.


“Bitcoin, e criptografia em geral, são tecnologias defensivas que fazem com que o custo de defender propriedades e informações seja muito menor do que o custo de atacá-las. Torna o roubo extremamente caro e incerto e, portanto, favorece quem quer viver em paz sem agredir os outros”, finaliza.


O princípio de não-agressão é o fundamento mais forte da liberdade, bem como do anarcocapitalismo e, com base nele, qualquer agressão, seja realizada pelo governo ou por um indivíduo, não pode ter justificativa moral, defende o autor.


O autor é muito enfático em criticar as ideias de Keynes e como o Estado ao se apossar do “dinheiro”, em geral, acaba com a nossa liberdade e acaba por distorcer as trocas em sociedade. Por fim, o autor aproveita para fundamentar sua análise apontando diversos economistas de destaque, além de Hayek, como Rothbard e Mises.


Em minha análise, o livro é de fundamental importância para os defensores da liberdade por apresentar conceitos e demonstração lógica da falta de funcionamento do Estado e sua relação com o dinheiro, bem como para a população em geral que pensa que Bitcoin é um investimento, quando, na verdade, é a tradução do que há de mais próximo do nosso próprio futuro.


Felipe Fernandes, Associado Alumni.

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