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Resenha - Execução: a disciplina para atingir resultados
Resenha Crítica - Por Alan Mori Brito, Associado II do Instituto Líderes do Amanhã
Execução: A Disciplina para atingir resultados: é uma obra técnica, com uma característica interessante, ser bem escrita. Dessa forma, a leitura mais fluída para quem receberá a informação e você pode acreditar estar diante de uma escrita amplamente técnica – e de fato, estará - contudo, conseguirá absorver o conteúdo sem a dificuldade inerente a um estudo técnico.
Passando à análise do conteúdo, podemos observar que o livro escrito por Ram Charray e Larry Bossidy trata de elementos que inferem uma boa execução de atividades, tema que é tão controverso no mundo corporativo atual. Em muitas organizações, temos diversos questionamentos acerca da capacidade de executar de nossas lideranças, questionamento que já foi objeto de várias obras e podcasts.
Na teoria defendida por Ram e Larry na obra ,temos a informação de que, para uma boa execução, há necessidade de metas e prestações de contas claras, ou seja, os objetivos a serem atingidos e as métricas de checkpoints devem ser conhecidas por todos e avaliadas a todo o momento. Em caso de uma falha na relação entre metas e prestações de contas, poderemos estar diante de uma lacuna, ou seja, um interstício entre a capacidade da organização se contratar e desafiar e a efetiva entrega do produto.
A correção desse ponto tem início no momento da contratação das metas, que não podem estar totalmente desassociadas do momento de execução, ou seja, antes da contratação da meta é preciso já pensar em como essa será executada, sob pena de contratarmos um objetivo que é inexigível. Para que esse processo seja válido, é necessário que o líder conheça profundamente a execução de seu time.
Em outras palavras, não podemos defender que o líder seja um ser superior, que não se correlaciona com o time que executa as tarefas para o cumprimento das meta: é preciso conhecer as dores e os desafios que serão enfrentados por seu time para ter uma boa percepção do manejo das metas que serão contratadas.
Dessa maneira, quando um líder se desconecta da realidade de execução e passa somente a delegar tarefas, ele perderá a capacidade de conexão com o time e estabelecerá metas que não são razoáveis ou mesmo de impossível execução.
Entendida a posição do líder na execução dos processos empresariais, é importante tratarmos do time. Mais vale uma pessoa que entrega um resultado a qualquer custo, ou aquele que junto com a entrega engaja todo o time a produzir ainda mais em conjunto? Decerto que esse segundo mecanismo é mais interessante que o primeiro.
Assim, ao colocarmos um executor em xeque com uma meta, não devemos considerar apenas aqueles pontos frios de entrega, mas também o caminho percorrido ao longo do trabalho, ex. um executor receber a meta de aumentar o faturamento da empresa em 10% no ano seguinte. Para cumprir essa meta, ele exige que seus colaboradores trabalhem aos finais de semana, em horários extemporâneos e sem qualquer tipo de descanso.
Certamente, esse time estará desestimulado e sem o brilho necessário para produzir um trabalho de alta performance, aumentando o turnover do empreendimento e causando baixas consideráveis que podem até mesmo anular os benefícios a serem obtidos com o atingimento da meta.
Em síntese, as metas não devem ser consideradas apenas como um ponto objetivo a ser cumprido, mas sim como um mecanismo de estímulo de um desenvolvimento integral de todo o time envolvido.
É por essa razão que o debate e o enaltecimento do time está cada vez mais em voga nas grandes organizações, líderes devem ouvir os seus liderados, afinal eles detêm o conhecimento do dia a dia. Para isso, as reuniões devem ser ambientes de amplo debate e participação, com foco na execução dos trabalhos;
É preciso abrirmos mãos dos debates hierarquizados, nos quais o líder apresenta um produto pronto e desenhado e requer que seu time atinja o objetivo de entrega. Será que o time não teria nenhum elemento a contribuir com o produto? Ou aplicar alguma correção de processo que será importante para um momento de validação ou mesmo de implantação daquele produto? É bem verdade que o líder deve dar o norte e a orientação, mas seu time pode e deve contribuir para o processo de produção/execução, inclusive com insights relevantes.
Portanto, devemos ser líderes cada dia mais voltados a execução e com escuta ativa com nossos times no momento de fixação de metas, sejam de curto ou longo prazo.

Alan Mori Brito, Associado II.