Resenha - Equipes Brilhantes

Resenha Crítica por Caio Gamberini, Associado I do Instituto Líderes do Amanhã

O livro Equipes Brilhantes, à primeira vista, parece ser um livro para pessoas da área de RH de empresas, ou para pessoas que estejam contratando outras. Entretanto, a obra tem uma abordagem muito bem definida pelo autor Daniel Coyle, que são gestores de quaisquer área. O livro traz diversos exemplos práticos e reais que tornam a leitura muito leve e fácil de ser interpretada.

O autor começa explicando sobre a importância de se estabelecer um propósito. O propósito não é uma simples orientação, que o líder apenas explica para o time e colhe os efeitos positivos dela. Esse valor exige um sentimento de pertencimento que só é adquirido com o passar do tempo vivenciando essa cultura. E o grande ganho desse sacrifício é ter o time coeso em valores e metas com a empresa. Um caso marcante que o livro conta é o caso do Tylenol. Basicamente houve uma morte por consumo do remédio, que viera a se mostrar uma contaminação criminosa e não por falha de processo. A agência nacional exigiu que fosse feito o recall de apenas a parte que pudera estar contaminada. Contudo, a empresa escolheu recolher todo o remédio do mercado, mesmo isso custando altos custos para a empresa. Resultado disso foi o crescimento do share de mercado que havia chegado a zero. E o motivo é claro, era a cultura da empresa garantir a integridade de seus clientes.

Em seguida Coyle começa a descrever a importância de compartilhar as vulnerabilidades. De início, o autor trata de como é difícil dividir as vulnerabilidades. E sabemos na prática como é difícil. Todavia o que ele descreve é o ganho que se tem ao dividir. O sentimento de cooperação que vem junto a essa divisão dos “problemas” traz uma coesão ao time. E grande desafio nesse item é como criar o ambiente necessário para as pessoas poderem dividir os problemas, para que o ecossistema todo saiba a hora de cooperar com o time.

A leitura também traz a importância de se investir tempo num feedback bem dado e aproveitar as duas vias que essa ferramenta pode trazer, ou seja, ter uma escuta ativa (o livro não traz esse conceito, mas é o que se trata na prática). A cultura do feedback é uma cultura que as empresas não conseguem manter de forma sustentável com facilidade. Escutar feedbacks duros não é uma tarefa fácil. Mas o ganho que se tem com isso é imenso. Traz uma cultura de franqueza entre os funcionários e um canal aberto à melhoria contínua com essa comunicação transparente. Este exercício, quando instaurado na cultura, gera tranquilidade à equipe e segurança de que podem ser abertos com seu gestor. O Gestor precisa garantir que todos da empresa tenham voz. Um olhar atento à equipe, trazer os mais quietos para o jogo e respeitar a forma de eles de falarem e entender como cada um pode contribuir são exemplos de atitude que pode ajudar a dar voz a todos.

Alguns gestos da liderança podem dar enormes recados a todos da empresa. Um exemplo citado no livro, que procuro também levar na empresa, é a recolha do lixo. O livro descreve o treinador que tinha por hábito fazer isso. Uma atitude positiva é contagiante. Traz um sentimento de união e de subserviência, mas não de forma pejorativa, mas de parceria. Mostra empatia dos líderes aos seus liderados.

Por último, o autor fala que gestão é a arte de resolver problemas e não somente de cumprir cronogramas e expectativas. O autor traz exemplos de como a criatividade nessa resolução traz ganho às empresas. No livro descreve o exemplo da Pixar, onde o presidente relata que o maior desafio é fazer com o que time esteja preparado para resolver os problemas torna o desafio dele, de escolher as melhores pessoas e ajustar a direção delas apenas.

Por fim, acredito que as lições do livro sejam aplicadas, inclusive, em ambientes não corporativos. Com certeza, os insights descritos pelo livro trazem para qualquer tipo de comunidade, ganhos notórios. Coyle foi muito feliz ao escrever esse livro, pois a leitura foi rápida e muito agregadora.

Caio Gamberini, Associado I.