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Resenha - Empresas feitas para vencer

Resenha Crítica por Hermes Vinícius Fim, Associado I do Instituto Líderes do Amanhã


Jim Collins nasceu no Colorado nos Estados Unidos e é um renomado consultor de negócios, autor, professor, escritor e palestrante. Formou-se como bacharel em matemática pela Stanford University e obteve MBA pela mesma instituição. Foi consultor da Mckinsey & Company e da Jonhs Hopkins School of Medicine. Atuou como gerente de produtos na Hewlett – Packard e foi executivo sênior na divisão internacional da CNN. Conhecido por suas contribuições no campo da gestão e liderança empresarial, Collins obteve também grande sucesso como escritor. Teve suas obras traduzidas em mais de 32 idiomas e com mais de 10 milhões de exemplares vendidos. Entre seus escritos pode-se citar "Feitas para Durar" (1994), em parceria com Jerry Porras, "Como as Gigantes Caem" (2009) e “Empresas Feitas para Vencer” (2001), sendo essa uma das obras mais célebres do autor. No livro de 2001, Collins se propôs a analisar os fatos que proporcionam algumas empresas se tornarem excelentes e permanecerem nesse patamar.


Apoiado por uma forte equipe, Collins escreveu um dos mais icônicos livros de negócios. “Empresas Feitas para Vencer” traz muitos conceitos que podem auxiliar as organizações a se fortalecerem e seguir em busca da excelência. Dentre todos os ensinamentos apresentados, alguns são essenciais a serem citados quando se comenta sobre esta obra: o bom é inimigo do ótimo; os 5 níveis de lideranças e a importância do líder nível 5; primeiro selecione as pessoas certas e depois defina o caminho; “o conceito do porco-espinho”; é essencial cultivar uma cultura organizacional baseada na disciplina.


Bons resultados, boa cultura, bons funcionários podem tornar uma empresa boa, mas pode deixá-la na zona de conforto e impedi-la de ser excelente. Assim, ela para de se esforçar para melhorar e acaba sendo superada pela concorrência. É isso que Collins quer dizer quando afirma que o bom é inimigo do ótimo. Porém, é possível que uma empresa boa se torne excelente. Para isso, faz-se necessário que a organização crie uma mentalidade voltada para a excelência, tendo um time de líderes comprometidos e voltados para o propósito de sucesso da empresa. Para Collins, não é uma jornada simples, requer dedicação e visão de longo prazo.


O autor traz a liderança com uma atenção especial, dada sua importância para o sucesso da organização. Collins apresenta 5 níveis de liderança: No nível 1, está o indivíduo que é altamente capaz, por meio de seu talento e conhecimentos, consegue fazer grandes contribuições; no nível 2, está o membro que colabora com a equipe, possui as habilidades necessárias para trabalhar em conjunto com os demais membros do time e auxilia no atingimento dos objetivos propostos; no nível 3, está o gerente competente, possui a habilidade de organizar e coordenar os recursos para que as metas sejam alcançadas; no nível 4, está o líder eficaz, o qual zela por um ambiente de alto desempenho, que é alcançado através do estimulo ao desenvolvimento de seu time ancorado por uma visão clara e forte; no último degrau, está o líder nível 5, que combina humildade pessoal com determinação para auxiliar a empresa a obter o sucesso almejado. Para Collins, a liderança nível 5 pode ser considerada a essência para que uma empresa consiga fazer a transição de boa para excelente.


Parte do sucesso do líder nível 5 está em sua capacidade de primeiro selecionar as pessoas certas para cada função e somente após isso focar na estratégia. Collins ilustra que antes de começar a navegar é necessário colocar as pessoas certas no barco e retirar as erradas. Com uma boa tripulação selecionada, é o momento de traçar o caminho e iniciar a navegação. Entretanto, não é tão simples fazer essa escolha. O autor utiliza três regras para auxiliar nas decisões envolvendo a equipe: como primeira regra, deve-se ter a certeza de que aquela pessoa possui o que é necessário para a posição a ser ocupada e está alinhado com a visão a ser atingida, ou seja, em caso de qualquer dúvida a melhor decisão é não contratar; a segunda regra está no fato de não esperar para agir quando se percebe a necessidade de fazer alguma mudança relacionada às pessoas da equipe, a ação deve ser imediata; como última regra está a estratégia de sempre incluir as melhores pessoas nas melhores oportunidades e fugir do que é praticado pelas empresas que não estão na excelências, as quais colocam os melhores funcionários para os maiores problemas.


Em seguida, Collins apresenta “o conceito do porco-espinho” como uma metáfora para ilustrar a necessidade de simplificar a complexidade da realidade do mundo dos negócios. De forma a descartar tudo aquilo que não se relaciona com os objetivos da organização e focar no que é essencial. Da mesma forma como age o porco-espinho. Como sequência dessa ideia, é afirmado na obra que as empresas de excelência baseiam sua estratégia em três círculos: no círculo 1, denominado “a atividade na qual você pode ser o melhor do mundo”, o autor provoca a reflexão para a empresa identificar um nicho em que pode atingir a liderança de seu mercado; no círculo 2, intitulado “o que aciona o seu motor econômico”, deve ser colocado aquilo que impulsiona o caixa da empresa de forma a gerar lucro significado e contínuo; o terceiro círculo é nomeado de “aquilo que lhe desperta paixão”, no qual deve ser identificado qual atividade que desperta a paixão do negócio. É importante ressaltar que as organizações de sucesso não trabalham nesses círculos de forma isolada, mas buscam atuar na interseção entre essas três visões, fazendo a empresa enxergar a atividade que a faz ser a melhor do mundo.


Collins apresenta que uma organização excelente deve possuir forte cultura de disciplina e alta ética empreendedora. Em contrapartida, empresas que apresentam fraquezas nesses dois elementos acabam indo para o caminho hierarquizado e burocrático. Para o autor, é necessário fomentar nos colaboradores valores como liberdade e responsabilidade individual. Empresas que vivem na excelência incentivam um ambiente de autonomia aos colaboradores, permitindo que tomem decisões de acordo com a visão e valores da organização. Isso se faz importante desde que as pessoas dentro da organização vivam em uma cultura voltada para a autodisciplina e compromisso com suas entregas. A disciplina implica em compromisso, consistência e tomada de decisões baseadas em fatos e dados. Ela envolve abdicar estrategicamente de grandes oportunidades e manter foco claro em seu propósito. Para uma cultura forte em disciplina, é importante que a empresa tenha enraizada a liderança nível 5 e saiba utilizar dos três círculos dentro do “conceito do porco-espinho”.


“Empresas Feitas para Vencer” é um verdadeiro MBA registrado nas páginas de um livro. A obra oferece ensinamentos valiosos sobre os conceitos que impulsionam o desempenho extraordinário das empresas, como a liderança de nível 5, cultura de disciplina e entendimento claro sobre o propósito da organização. Collins, juntamente com sua equipe, fez um trabalho primoroso. Conseguiu desenvolver e aprimorar conceitos que são úteis tanto para o desenvolvimento profissional do indivíduo, quanto para uma organização se guiar rumo ao sucesso. Dessa forma, a leitura desse clássico da gestão é essencial para aqueles que buscam entender os princípios e estratégias que diferenciam as empresas excelentes das demais.


Hermes Vinícius Fim, Associado I.

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