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Resenha - De Zero a Um
Resenha Crítica por Christiano Carneiro, Associado I do Instituto Líderes do Amanhã
De Zero a Um é uma obra de Peter Thiel, empreendedor estadunidense e cofundador do PayPal e da Palantir Technologies. O livro, que é dividido em 14 ricos capítulos, tem como propósito tratar do seguinte questionamento: Como construir empresas que criam coisas novas?
Para isso, Thiel logo nas primeiras páginas, traz a abordagem de que é mais fácil copiar um modelo que já funciona e melhorá-lo do que criar algo do zero, entretanto, como defensor da inovação, parte da premissa de que “os melhores caminhos são os caminhos novos e não testados”, e simplifica sua teoria sobre processo horizontal x processo vertical.
Segundo Thiel, copiar coisas que já existem significa ir de “1 a n”, pois já se conhece a aparência, seja de algum produto ou modelo de serviço, e copiando, as pessoas sabem aonde chegar, o que caracteriza o processo horizontal. Thiel correlaciona este processo à globalização pois essas coisas já funcionam em algum lugar e quem copia simplesmente a fará acontecer em outro local. O autor traz a China como maior exemplo da globalização, pois seu plano a longo prazo é tornar o que os Estados Unidos são hoje e vêm copiando tudo que tem dado resultado no mundo desenvolvido, ou seja, a China é o clássico exemplo do que é ir de “1 a n” = globalização.
Com relação ao processo vertical, a palavra para o progresso é tecnologia e Thiel o denomina como ir de “0 a 1”, processo inovador, onde se busca o novo porem mais difícil, pois é disruptivo, algo que ninguém fez antes.
Thiel como aliado da inovação, adepto ao modelo “0 a 1”, afirma: “que uma empresa só faz sucesso na medida que faz algo que a outra não faz”, e aqui traz 7 conceitos a iniciar pelo monopólio, não no sentido negativo de uma única empresa dominando o mercado, mas no sentido de criar e manter uma posição única e valiosa no mercado. Ele argumenta que os monopólios são uma fonte de inovação e que as empresas devem criar e manter vantagens competitivas significativas, pois eles (monopolistas e cita o exemplo da Google) podem se dar ao luxo de pensar em outras coisas, enquanto os não monopolistas precisam pensar o tempo inteiro na concorrência.
Acerca do monopólio, o autor enfatiza que é necessário ter uma porção grande de um mercado pequeno. Thiel também é a favor da engenharia própria, ou seja, que a empresa precisa criar tecnologia própria, ao invés de aplicar melhorias graduais, pois essas não significam nenhuma melhoria para o usuário final, pois eles (clientes finais) estão habituados com afirmações exageradas sobre alguma melhoria e você só conseguirá criar valor para o cliente quando seu produto/serviço for 10x melhor que o concorrente.
Outro ponto que o autor traz como obrigatoriedade de qualquer empreendedor responder é sobre o momento certo para iniciar o negócio, pois, segundo ele, entrar em um mercado em lento movimento pode ser uma estratégia boa, mas somente se dispuser de um plano bem definido e realista.
Ponto importante também para o empreendedorismo citado por Peter Thiel e um dos principais fatores de sucesso de qualquer negócio são as pessoas. Thiel enfatiza a importância de uma equipe certa, uma equipe multidisciplinar que se complementa e alerta por exemplo sobre os sinais visuais como: “Você já viu um CEO de tecnologia usar terno e gravata?” Ou seja: São reflexões importantes no momento da construção de um time.
A distribuição é um tema também abordado pelo autor de suma importância que, com uma pergunta simples, ele faz o leitor refletir se seu empreendimento está no caminho certo: “Além de criar, você dispõe de um meio para entregar seu produto?”. Pelo fato de o livro se referenciar ao mercado de startups, ele traz a importância de que o mundo não é um laboratório e que, além de inovar e criar, a entrega do produto é ao menos tão importante quando o próprio produto.
Thiel traz o termo durabilidade como penúltimo ponto de questionamento para o empreendedor que nos faz refletir sobre a importância de pensar a longo prazo. Diz que é importante buscar a durabilidade em vez de se concentrar apenas em ser o primeiro ou o melhor no determinado mercado. Para ele, a durabilidade é um fator crucial para construção de um negócio que resista ao tempo e às mudanças do mercado.
E por último e não menos importante, Thiel finaliza suas sequência de 7 pontos cruciais que qualquer empresário precisa saber/responder antes de empreender com a pergunta sobre o segredo que tem total sinergia o ponto mais defendido por ele em toda obra que é inovação = ir de 0 a 1 e questiona: “Você identificou uma oportunidade única que os outros não veem?”. Segundo Thiel, o segredo pode assumir várias formas como propriedade intelectual, algoritimos proprietários, técnicas de produção avançadas, relacionamentos exclusivos com fornecedores ou qualquer outra coisa que possa dar a empresa uma posição de única no mercado, ele argumenta que, ao manter um segredo, as empresas podem evitar a concorrência direta e criar espaços próprios onde possam operar e inovar sem interferências, o que contribui com o primeiro ponto que foi abordado: Monopólio.

Christiano Carneiro, Associado I.