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Resenha - Cuba e o Cameraman
Resenha Crítica por Daniela Cade, Associada I do Instituto Líderes do Amanhã
O povo cubano é conhecido por sua resiliência e sua cultura rica e única. Ao longo dos anos, eles enfrentaram desafios incríveis, desde a Revolução liderada por Fidel Castro, que derrubou o ditador Fulgencio Batista, até as mudanças políticas e econômicas que afetaram suas vidas. Recentemente, a Netflix lançou um documentário fascinante que explora a história de Cuba através do testemunho do seu próprio povo. Dirigido por Jon Alpert, que visitou a ilha mais de 100 vezes ao longo das últimas cinco décadas, o filme "Cuba e o Cameraman" oferece uma visão sem viés da realidade cubana sob o regime comunista, mostrando a evolução do país e das famílias cubanas retratadas no filme.
Ao longo do documentário, é observado como as políticas socialistas implementadas pelo regime cubano levaram a limitações econômicas, falta de liberdades individuais e políticas, além da fuga em massa de muitos para outros países, principalmente os EUA, em busca de melhores oportunidades. Além disso, o filme aborda como o embargo econômico dos Estados Unidos e a queda da União Soviética agravaram ainda mais a situação econômica do país, que já era enfraquecida.
O filme também retrata o momento em que Fidel Castro decide abrir Cuba para o turismo, aproveitando suas belas praias caribenhas e cultura vibrante para atrair visitantes de todo o mundo. Para sobreviver em meio ao caos econômico, profissionais como engenheiros, médicos e jornalistas abandonam suas carreiras e se dedicam a atividades ligadas ao turismo, que se torna a principal fonte de renda. No entanto, para sustentar suas famílias, muitos precisam recorrer ao mercado negro e à corrupção dentro do governo.
O filme é notável por sua abordagem pessoal, que permite que os espectadores se conectem com as famílias apresentadas e entendam melhor como as mudanças políticas e econômicas afetaram suas vidas. Uma das frases mais marcantes do documentário é "Eu não sou comunista, eu sou realista", dita por um dos entrevistados, resumindo a mensagem central do filme: o socialismo não funciona na prática e a realidade vivida pelas pessoas é muito diferente das promessas feitas pelos líderes comunistas.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelo povo, Alpert consegue mostrar a determinação e a resiliência da população em manter sua cultura e identidade, mesmo enfrentando tantas adversidades. O documentário é cativante e comovente, oferecendo uma visão realista da vida cotidiana em Cuba e uma oportunidade para entender melhor como as políticas econômicas têm um impacto significativo na vida das pessoas.
O filme é ótimo para aqueles interessados em entender a história e a realidade cubana, sob a perspectiva de um olhar imparcial. Com suas imagens cativantes e histórias emocionantes, "Cuba e o Cameraman" é uma obra cinematográfica que deve ser assistida por todos aqueles que buscam compreender melhor a realidade política e econômica da ilha.

Daniela Cade, Associada I.