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Propriedade privada: o pleonasmo justificável

Artigo de Opinião por Raphael Ribeiro, Associado I do Instituto Líderes do Amanhã


A defesa da propriedade privada é milenar, desde a parte social, filosófica, econômica, política e até a linguistica. Os liberais entendem que esse valor é fundamental para perpetuidade da liberdade, devido a isso, o discurso para estabelecer os princípios desse valor, inclusive a adoção dessa junção de palavras foi necessária, pois os marxistas, coletivistas e socialistas têm o hábito de desconstruir a etimologia de algumas palavras para causar confusão nos indivíduos, além de incluir a palavra social em todos os contextos possíveis, mesmo que sem lógica ou embasamento, com o objetivo de limitar a forma de raciocinar, pois se não há palavras para expressar uma ideia ou opinião, como posso contrapor o que me é apresentado? Justamente por isso, a utilização das palavras neste formato, “propriedade privada”, foi difundida pelos liberais para ser pedagógica e rebater as ideias antagônicas apresentadas pelos coletivistas. Compreender a raiz de algumas palavras é essencial para discernir o que se pensava naquele dado período de tempo a qual foi estabelecido o significado, para que seja possível replicar as ideias de forma concisa e coesa.


No entanto, avaliarmos as obras do economista Friederich Hayek, é possível identificar que foi substituída a nomenclatura da “propriedade privada” para “propriedade separada”, pois segundo Hayek, essa seria a forma mais coerente de exprimir a ideia, sem ferir gramaticalmente ou adotar o pleonasmo como algo justificável para o ensino dos menos dotados de conhecimento sobre o assunto. Mas o porquê do pleonasmo? Justamente porque a origem etimológica da palavra “propriedade”, remete a algo próprio, de alguém, exclusivo, isso avaliando no contexto gramatical do inglês britânico, quando foi difundido por Adam Smith. É possível perceber que Hayek buscou “corrigir” essa situação, trazendo o adjetivo “separada” para conotar que a propriedade é algo privado por um individuo e inclusive, separado do coletivo. Assim, reforçando que esse é um ambiente próprio para que esse ser possa exercer sua liberdade da forma que bem entender, inclusive de apenas separá-la dos demais e deixá-la inativa, caso opte por tal.


Avaliando todo o contexto, para que o pleonasmo fosse adotado de forma geral, constante e sem debates pelos próprios liberais, percebe-se que o comum acordo das partes envolvidas, foi para evitar a desestruturação da propriedade privada. Pois essa é constantemente atacada, principalmente quando não há função social associada a sua existência. Essa ação, foi a forma assumida para prospectar novos defensores desse valor, pois adotando uma didática de entendimento inicial superficial, acompanhado da imersão em todos os filósofos e economistas que estruturam a cerna desse ideal, é possível conviver com uma manobra gramatical para que a liberdade não sofra com manobras burocráticas e imorais.


Se os homens heróicos de Ayn Rand se manifestarem armados de suas ideias, mesmo que sejam estratégias gramaticais, podemos sonhar e tornar palpável um mundo livre.

Raphael Ribeiro, Associado I.


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