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Proibição do ChatGPT em grandes corporações

Artigo de Opinião por Raphael Ribeiro, Associado I do Instituto Líderes do Amanhã


Na última semana, foi noticiada a adesão da maior empresa do mercado mundial, a Apple, ao hall das que proibiram a utilização do ChatGPT por seus funcionários, unindo-se a Amazon, Samsung, dentre outras, que tomaram essa postura “mais conservadora”. Essa decisão nos faz questionar: qual a grande preocupação dessas instituições? Vazamento de dados sigilosos e estratégicos para a concorrência? Interromper o avanço e a melhoria de uma tecnologia concorrente? Atrapalhar o ciclo criativo e de inovação de seus colaboradores? São muitas questões a serem respondidas, mas a certeza é de que mais restrições serão adotadas no decorrer dos meses e anos até haver clareza de quais são as oportunidades e os riscos atribuídos ao utilizar a inteligência artificial em determinadas operações.


Nesse contexto, as discussões sobre a utilização da inteligência artificial estão acaloradas e constantes, porém, isso não interrompeu seu uso e tampouco o investimento em iniciativas para continuar seu aprimoramento. Apesar de todos os benefícios comprovados com seu emprego, Elon Musk, o fundador da Tesla, por meio da fundação Future of Life Institute, publicou uma carta aberta alertando sobre os riscos da Inteligência Artificial para a humanidade. Em reportagem da Uol em abril de 2023, um trecho da carta afirma: “A IA avançada pode representar uma mudança profunda na história da vida na Terra e deve ser planejada e gerenciada com cuidados e recursos proporcionais. [...] A pesquisa e o desenvolvimento de IA devem ser reorientados para tornar os sistemas avançados e poderosos de hoje mais precisos, seguros, interpretáveis, transparentes, robustos, alinhados, confiáveis e leais...”. Essa carta, endossada por vários outros empresários e cientistas do meio, demonstra uma preocupação em relação a esse nível tecnológico. Mas, em contrapartida, existem diversos investimentos do próprio Musk no campo, logo, o real interesse do empresário, como de outros, é de quem será o pioneiro desse novo marco da humanidade e não somente dos impactos que a tecnologia proporcionará.


Atualmente, não existe nenhuma legislação específica em nível nacional ou internacional para utilização de inteligências artificiais, de qualquer forma, a discussão é recorrente e muitos defendem a criação com a justificativa protetiva que o amparo legal pode proporcionar. De fato, ter regras claras no “jogo da vida” é essencial para entendermos, de fato, qual a liberdade temos disponível para viver e empreender, porém, como o cenário atual é de descoberta, utilizar desse instrumento legal, mesmo com uma justificativa plausível, pode interromper o desenvolvimento e a evolução dessa nova tecnologia. A realidade é que existem muitos argumentos contra e a favor, todos muito bem embasados, porém a real preocupação para tomar essa ação vem das big techs, pois, ao se utilizar o ChatGPT, por exemplo, existe a cessão de dados de forma gratuita, sendo dados de clientes, processos ou de seus produtos. E como o software é retroalimentável, com a introdução de novos parâmetros, novas possibilidades são criadas e a probabilidade desses dados “doados” tornarem-se públicos e disponíveis a todos, é meramente uma possível obra do “acaso”.


Esse fato narrado é similar ao que ocorreu com o surgimento das redes sociais, principalmente o Facebook, o qual foi apontado como “arma” política ao divulgar dados comportamentais de seus usuários locais para burocratas. Esse é um exemplo de algo que pode proporcionar o surgimento de legislação para “garantir” a segurança (ou ao menos é o argumento utilizado) da população. Como defensor da liberdade máxima em todas as suas esferas, gosto de citar Friedrich A. Hayek, economista austríaco, para os casos de criação de regras para prevenção de possíveis danos coletivos. Em sua obra “A constituição da Liberdade”, Hayek diz: “o processo do progresso se baseia na liberdade e na imprevisibilidade da razão humana.”, portanto, precisamos adotar o princípio da boa-fé, de que a liberdade será utilizada para o bem e para o progresso da sociedade. O objetivo principal é evitar pessoas com discursos coletivistas, que visam criar regras (mais regras nesse caso), afirmando serem necessárias para criar um ambiente seguro, porém, sabemos que no fim, estão protegendo os próprios interesses. Essas atitudes devem ser reprimidas diariamente, a partir da utilização de argumentação factual e baseada em dados, pois o fundamento utilizado por essas figuras é apenas o sentimentalismo subjetivo.


A realidade é que não sabemos de fato o que se sucederá, mas uma convicção é de que a liberdade de utilizar a inteligência artificial precisa ser individual, sem anular a propriedade privada ou o estado de direito, e assim, será possível colher todos os benefícios propostos. Portanto, os liberais precisam atuar constantemente para garantir que teremos liberdade de agir conforme entendemos, seja com ChatGPT, seja com a propriedade, seja com lugar de fala ou qualquer prolongamento da individualidade, a liberdade é a garantia da prosperidade individual.


Raphael Ribeiro, Associado I.

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