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O Estoicismo como fundamento para uma ótica Liberal na Sociedade Contemporânea

Artigo de Opinião por Leonard Batista, Associado III do Instituto Líderes do Amanhã


O estoicismo, uma antiga escola de pensamento filosófico, tem encontrado ressurgimento e relevância na sociedade contemporânea. Sua ênfase na autodisciplina, aceitação das adversidades e valorização da liberdade individual se alinha harmoniosamente com a perspectiva liberal. Neste sentido, se faz importante explorar como os valores estoicos podem fundamentar uma ótica liberal na sociedade atual, por meio da visão de Montesquieu e sua frase: "Se quiséssemos ser apenas felizes, isso não seria difícil. Mas como queremos ficar mais felizes do que os outros, é difícil, porque achamos os outros mais felizes do que realmente são", e da comparação com filósofos estoicos.


O estoicismo ressalta a importância da autodisciplina e da sabedoria para alcançar a verdadeira felicidade e liberdade interior. Epicteto, um proeminente filósofo, enfatizou a capacidade do indivíduo de controlar suas reações e emoções perante as circunstâncias externas. Nesse sentido, a ótica liberal encontra afinidade com os valores estoicos ao valorizar a liberdade individual como um direito inalienável, permitindo que cada pessoa viva de acordo com suas próprias aspirações e seus desejos.


Neste sentido, a frase citada de Montesquieu pode ser interpretada sob uma ótica estoica. A busca por uma felicidade comparativa, desejando ser mais feliz do que os outros, é uma armadilha que os estóicos alertariam para evitar. Em vez disso, os princípios estoicos ensinam a encontrar a felicidade dentro de si, sem deixar influenciar pela comparação com terceiros.


Dessa forma, Montesquieu, um importante pensador liberal do século XVIII, em sua obra "O Espírito das Leis", propôs a teoria da separação de poderes como um meio de preservar a liberdade individual e evitar abusos de autoridade. Embora Montesquieu não seja classificado como estóico, sua visão compartilha semelhanças com os princípios estoicos.


Ao considerar a frase mencionada, estabelece-se uma conexão com Montesquieu. Se a busca pela felicidade ocorrer em uma perspectiva comparativa, ao enxergar os outros como mais felizes do que realmente são, pode-se cair na armadilha de almejar poder e influência, desvirtuando os valores liberais de igualdade e liberdade. Assim como Montesquieu defendeu a separação de poderes para garantir o equilíbrio e evitar a concentração excessiva de autoridade, os estóicos convidam a buscar a felicidade na autossuficiência, evitando a competição superficial com os outros.


Os filósofos estoicos, como Marco Aurélio e Sêneca, também compartilharam a ideia de que a verdadeira felicidade provém da autossuficiência emocional e da aceitação das adversidades. Enquanto a frase em questão alerta sobre a armadilha da busca por uma felicidade relativa, os estóicos reforçam a importância de encontrar a satisfação interior, independente das circunstâncias externas.


Ao considerar os valores estoicos como fundamento para uma ótica liberal na sociedade contemporânea, é importante destacar a autodisciplina, aceitação serena e liberdade individual. A busca por uma felicidade comparativa, como mencionado na frase, pode ser um obstáculo para a verdadeira realização pessoal.


A visão de Montesquieu, apesar de não ser estóica, converge em certos aspectos com essa filosofia. Ambos compartilham a importância de equilíbrio, harmonia e liberdade individual. Portanto, ao aplicar os valores estoicos em uma ótica liberal, encontra-se uma sinergia notável entre a sabedoria clássica e os ideais contemporâneos, e permite-se abraçar a liberdade individual e cultivar uma sociedade mais resiliente e harmoniosa no mundo moderno.


Leonard Batista, Associado III.

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