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No Meu Inferno, Marx e Hitler Sentariam no Mesmo Sofá

Artigo de Opinião - Por Leonard Batista, Associado III do Instituto Líderes do Amanhã


Nos primeiros meses de 2022 muitos viram-se envoltos nas discussões sobre possíveis apologias ao nazismo cometidas por repórteres, apresentadores ou até mesmo políticos. O assunto rapidamente tomou as manchetes e as redes sociais e passou a ser avaliado por todos, muitas vezes de maneira rasa. Explico.


Em primeiro lugar, para não deixar espaços para más interpretações deste texto, é importante ratificar que o nazismo representou a institucionalização do antissemitismo, do genocídio e da eugenia. Não existe espaço para relativização das ações realizadas por um grupo político dominante que desrespeitou o direito mais fundamental de todos: a vida. O repúdio ao nazismo deve, sim, ser universal.


Como é conhecido, os campos de concentração nazistas foram liberados à medida em que os exércitos dos aliados avançaram as linhas inimigas do eixo. As cenas que até hoje chocam o mundo mostram judeus, quando vivos, em condições sub-humanas, fisicamente debilitados e amontoados em cômodos sujos.


O atual debate, não obstante, levou a comparações entre os regimes nazistas e comunistas. Muitas vezes essas comparações foram rechaçadas com o argumento de que o comunismo não possuía uma ideologia de extermínio, e de “somente” igualdade econômica. Seria isso verdade?


Auschwitz, por exemplo, foi libertado pelos soviéticos, o primeiro exército a retomar a Polônia após o período de ocupação da Alemanha nazista. Aqui, então, poderíamos nos questionar: como comparar o Socialismo Soviético com o Nazismo, sendo que o primeiro libertou Auschwitz? Mas há outro fato importante de destaque neste ponto. Stalin só moveu seus exércitos em direção à Alemanha porque Hitler rompeu o tratado comercial e o acordo de invasão da Polônia, Romênia, Lituânia, Letônia, Estônia e Finlândia, que dividia o território desses países entre a Alemanha e a União Soviética. Não houve, em nenhum momento, uma motivação moral ou ética por parte dos soviéticos. Os Soviéticos, movidos pelo discurso marxista, conquistaram e dividiram nações com os nazistas.


Ainda é ignorado o fato de que campos de concentração continuaram a ser utilizados pelos soviéticos com objetivo semelhante ao nazista, como exemplo os campos de Buchenwald e Sachsenhausen. Stalin preservou as câmaras de gás e dizimou mais de 60 mil pessoas consideradas como “adversários”. Após a queda da Alemanha Oriental, corpos de mais de 12 mil crianças e adolescentes assassinadas pela União Soviética foram encontrados em Sachsenhausen.


Não é raro o argumento de que o comunismo e socialismo não provocaram genocídios e assassinatos como o nazismo e fascismo o fizeram. Falácia. Um bom exemplo foi o movimento soviético de colonização da Ucrânia (desejada até então por ser o solo mais fértil da Europa). Seguindo à risca o discurso marxista de perseguição a uma determinada classe, no início dos anos 1930 Stalin implantou sua política de "liquidar toda a classe dos kulaks", despejou camponeses e os conduziu a fazendas estatais de trabalho forçado, o que custou a vida de 14,5 milhões de russos e ucranianos.


Dentre os argumentos mais presentes para distinguir as atrocidades cometidas pelo nazismo e comunismo está a diferenciação do horror nazista por meio dos campos de extermínio. Reitero novamente, aqui não há dúvida sobre a crueldade do ocorrido aos judeus em campos como Auschwitz. Aqui há somente o combate à falácia de que tal feito é uma particularidade do nazismo. Novamente influenciado pela ideologia marxista, Stalin estabeleceu seus próprios campos de concentração, chamados de GULAG, localizados na Sibéria ou na Ásia central Soviética, onde milhões foram mortos pelo governo com o intuito de forçar as pessoas a se submeterem às ordens do governo central de Moscou.


Nazismo, fascismo, comunismo, socialismo, ou até mesmo a Inquisição Católica, foram assassinas e associadas ao Estado, e, com isso, tiveram a seu favor o monopólio da força e da violência. Tiveram também a seu favor a proteção irrestrita daqueles que buscaram violar direitos individuais inalienáveis. Enquanto o nazismo prega a supremacia racial, o comunismo prega a supremacia de uma classe, o proletariado. Em ambos os casos o direito à vida daquele que é oposto ao regime não tem valor.


Em tais sistemas, não só os meios de produção pertencem exclusivamente ao Estado, mas, também, os seres humanos, tratados como peças descartáveis de uma grande engrenagem à “serviço da sociedade”. A sinalização de virtude presente nas obras de Marx faz dos regimes sob sua ideologia os mais covardes, uma vez que a mobilização das massas torna-se mais romântica.


Por fim, uma das mais belas análises sobre o tema foi feita por Ayn Rand, com a qual finalizo o texto: “Fascismo, comunismo e nazismo são apenas variações superficiais do monstro coletivista. Todos têm o mesmo princípio estatista, negam os direitos individuais, entregam a vida de seus cidadãos ao poder de um Estado onipotente e a diferença entre eles é só uma questão de tempo, grau e detalhe superficial, como a escolha de slogans usados para iludir seus sujeitos escravizados.”


Leonard Batista, Associado III.

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