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Discriminação algorítmica em Processos Seletivos: Desafios à luz dos valores Liberais

Artigo de Opinião por Leonard Batista, Associado III do Instituto Líderes do Amanhã


A utilização crescente de algoritmos de Inteligência Artificial (IA) em processos de seleção de candidatos a empregos tem suscitado preocupações legítimas quanto à possibilidade de discriminação algorítmica baseada em características pessoais protegidas, como gênero, raça ou origem étnica. À medida que são analisadas essas preocupações sob a ótica liberal, é importante, também, considerar a crítica objetivista à discriminação como uma forma de coletivismo.


No contexto do objetivismo, uma filosofia desenvolvida por Ayn Rand, a liberdade individual e a responsabilidade individual são conceitos fundamentais. A autora argumenta, em seu livro: A Virtude do Egoísmo, que cada indivíduo é um fim em si mesmo, possui direitos inalienáveis e deve ser julgado com base em seus próprios méritos e ações. Portanto, a discriminação algorítmica, ao classificar ou excluir candidatos com base em características pessoais protegidas, nega a visão objetivista de que a individualidade e a liberdade individual são os pilares de uma sociedade justa e próspera.


Além disso, a economia austríaca, com sua ênfase na ação humana, na coordenação de mercado e na liberdade de escolha, também apresenta uma perspectiva crítica em relação à discriminação. Ludwig von Mises, em seu livro: Ação Humana Um Tratado de Economia, argumentou que a discriminação baseada em características pessoais não é apenas injusta, mas também ineficiente do ponto de vista econômico. Ao restringir a seleção de candidatos com base em fatores irrelevantes para o desempenho do trabalho, a discriminação algorítmica impede a alocação eficiente dos recursos humanos, o que prejudica a produtividade e o desenvolvimento econômico.


No entanto, a crítica objetivista à discriminação vai além das questões econômicas e individuais. Rand argumenta que a discriminação é uma forma de coletivismo, que agrupa indivíduos com base em características compartilhadas, em detrimento de sua individualidade. Ao permitir que algoritmos de IA discriminem candidatos com base em características pessoais protegidas, pode-se perpetuar a ideia de que a identidade de um indivíduo é definida por sua pertença a um grupo específico. Essa visão coletivista é contrária ao ideal de uma sociedade baseada na liberdade individual, na meritocracia e na igualdade de oportunidades.


Dessa forma, é fundamental reconhecer que a discriminação algorítmica não apenas viola os princípios liberais e econômicos, mas também se baseia em uma visão coletivista que diminui a importância da individualidade e da liberdade individual.


No cenário dos processos seletivos, é crucial que as empresas e organizações sejam transparentes em relação aos algoritmos utilizados, e garantir que sejam responsáveis, justos e não discriminatórios. A incorporação de medidas de controle e revisão periódica dos algoritmos é essencial para minimizar o viés e garantir uma avaliação imparcial dos candidatos.


Em resumo, a discriminação algorítmica em processos seletivos apresenta desafios significativos à luz dos valores liberais, da economia austríaca e da crítica objetivista ao coletivismo. Ao adotar uma abordagem que priorize a liberdade individual, a responsabilidade individual, a eficiência econômica e a não discriminação, pode-se buscar soluções que promovam o progresso e a prosperidade para todos os indivíduos.


Leonard Batista, Associado III.

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