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A linguagem Neutra e a politização de um idioma

Artigo de Opinião - Por Jhonnilo Cunha, Associado II do Instituto Líderes do Amanhã


Em matéria publicada no portal G1, o Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, se posicionou contrário à proibição da utilização da linguagem de gênero nas escolas. Fachin é relator da ação que contesta lei de Rondônia que proibiu o uso da linguagem neutra nas escolas. STF já tem maioria para derrubar a lei e, na prática, permitir o uso da linguagem. A linguagem neutra é um mecanismo que busca evitar a utilização de gênero nas palavras, mas poucos concordam com a sua aplicação na língua portuguesa no Brasil. A grande questão relacionada à linguagem neutra é que grupos de pressão e ativistas da causa LGBTQIA+, além de simpatizantes, reproduzem a narrativa de que o objetivo é o combate à desigualdade de gênero quando, na verdade, o real objetivo por trás do seu uso – e sua imposição – está na subversão do direito fundamental à liberdade de expressão.


A utilização da linguagem neutra é vista por muitos como uma imposição política e ideológica, que restringe a liberdade de expressão e prejudica a capacidade de comunicação, objetivo fim de qualquer linguagem. O uso do gênero nas palavras é uma característica importante da maioria dos idiomas, dialetos e linguagem. Mudanças linguísticas superficiais não são suficientes para resolver questões profundas de desigualdade de gênero.


A linguagem neutra é criticada por ser confusa e pouco clara, o que pode levar a diversos problemas de entendimentos e a um empobrecimento da língua. Acredita-se que a linguagem neutra é uma tentativa ineficaz de correção política. Trata-se de mais uma solução simples apresentada por alguns grupos de pressão – e agora pelo Estado – para um problema complexo.


Além disso, ironicamente, pode se dizer que o uso da linguagem neutra é uma maneira de negar a realidade biológica de gênero e que pode ser prejudicial inclusive para as pessoas transgênero, que desejam ser reconhecidas e respeitadas justamente pela sua identidade de gênero.


É fato que a linguagem neutra é um assunto controverso e visto por grande parte da população como uma imposição política e ideológica que cerceia o princípio da liberdade de expressão. Ter um posicionamento de um ministro do STF contra a proibição da utilização da linguagem neutra nas escolas ilustra bem a complexidade do assunto, bem como suas implicações e o risco, no que tange às proporções que o tema pode tomar. É preciso levar tudo isso em consideração ao avaliar a aplicação da linguagem neutra no Brasil e buscar soluções que respeitem a identidade de gênero de todas as pessoas, sem prejudicar a liberdade de expressão e a linguística.


Jhonnilo Cunha, Associado II.

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