top of page
  • Líderes

A economia do Qatar é a bola da vez?

Artigo de Opinião - Por Elimar Lorenzon, Associado Trainee do Instituto Líderes do Amanhã


Depois de 20 anos, a Ásia voltou a ser palco da Copa do Mundo de futebol. E pela primeira vez, o evento aconteceu em um país árabe, o Qatar, governado sob um sistema absolutista e islâmico, conhecido não somente pela urbanização moderna e arranha-céus futuristas, mas também pela restrição de direitos a alguns segmentos da sociedade, como as mulheres. No outro lado do Greenwich, como é o panorama econômico de um dos países mais ricos do mundo? O que podemos refletir sobre essa península?


Diversificar e assumir riscos parecem fazer parte da receita de sucesso do anfitrião da Copa do Mundo. Após obter resultados significativos com a estruturação de seu mercado de gás natural, o Qatar investiu em imóveis e ações fora do país, diversificando sua economia e se tornando acionista de grandes empresas mundiais. A infraestrutura do país também foi remodelada, com investimentos não apenas na modernização das cidades, mas também na educação e nos centros esportivos. Nesse sentido, o Qatar é um entusiasta do futebol, tendo o emir como um dos atuais donos do clube PSG (Paris Saint-Germain), que trabalhou para levar o maior evento desse esporte para seu território.


E essa receita tem dado certo? Há algum tempo, o Qatar já foi considerado um dos locais mais hostis e miseráveis do mundo. No entanto, nas últimas três décadas, o país registrou um aumento de mais de 1.500% no seu PIB, tornando-se uma referência global em função da renda per capita de seus cidadãos.


Ainda que, lamentavelmente, haja temas polêmicos relacionados ao país como o arcabouço legal baseado no islamismo que implica em limitações dos direitos humanos às mulheres e criminalização da homossexualidade e até a proibição no consumo de álcool em público, o país está entre os 50 mais bem avaliados no Índice de Liberdade Econômica. Para se ter uma ideia, o Brasil ocupa a 133ª posição.


Embora seja bastante dependente do petróleo e gás natural e mesmo que o crescimento do PIB tenha se estabilizado nos últimos anos, a economia do Qatar possui nuances que merecem destaque. De acordo com dados da Heritage Foundation, o país árabe está entre as nações com as menores cargas tributárias do mundo, possuindo o quarto maior PIB per capita do planeta (mais de seis vezes superior ao do Brasil) e uma taxa de desemprego inferior a 4%.


Portanto, embora números isolados e analisados superficialmente possam não refletir o real andamento da economia de um país, há lições a serem aprendidas a partir do sistema de desenvolvimento do Qatar. Nesse sentido, como a proposta foi analisar o desempenho econômico, ainda que de forma breve, precisamos reconhecer que o país anfitrião da Copa de 2022 se destaca por um nível de entrega digno de admiração, estudo e replicação por outras nações, inclusive o Brasil, o próprio país do futebol.


Elimar Lorenzon, Associado Trainee.

56 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page