- Líderes
A democracia relativa brasileira
Artigo de Opinião por Raphael Ribeiro, Associado I do Instituto Líderes do Amanhã
Nos últimos meses, os discursos dos burocratas que compõem os três poderes da República estão com um tom de ameaça, pois os políticos estão vivendo as custas do povo, ignorando o Estado de Direito e a democracia, que seria o governo do povo e para o povo, tem sido o governo para a classe política. Isso se constata ao ouvir o atual presidente afirmar que a democracia é relativa e varia de acordo com a geografia. Essa fala gera desconfiança, pois a figura máxima do Executivo da República defende um valor antagônico aos valores democráticos. E o agravante é que, se existe alguém que poderia auxiliar na extinção de figuras extremistas como esta, também está excedendo os limites da democracia e atuando de forma autocrática. Sim, esse é o Judiciário que tem legislado, executado e julgado, conforme os interesses próprios dos amigos do Rei. Esse é o cenário atual da democracia brasileira que está em declínio desde 2020, e, por não haver manifestação do mínimo populacional, a situação tende a se agravar.
Ao avaliar as obras da filósofa Ayn Rand, esta aborda sobre a essencialidade da liberdade do homem para garantir sua felicidade. Sua proposta não é apresentar nenhum sistema político correto, mas apontar sobre os errados. O foco de Rand era o comunismo e seus derivados, os quais são os principais difusores da pobreza, opressão do povo e alienação da condição de dependência do Estado. Pois, os burocratas defensores desses sistemas, adotavam discursos sem embasamento de dados e fatos, mas vendiam a sua própria figura como “messias”, os que salvariam a sociedade de todos os males causados pelos capitalistas. Além de divulgarem o sentimentalismo a todo tempo, disfarçado de falso altruísmo e martirização em prol de um bem maior. A máxima disso é que os valores também são voláteis, o que tornava a verdade da sociedade inexistente, mas, garantia que esta fosse variável e direcionada para a vontade dos que estão no controle. Essa narrativa é identificada com as decisões recentes do TSE e STF, sem embasamento legal algum, com uma interpretação fraudulenta, o que torna o Estado de Direito obsoleto e sem valia. Uma de suas máximas está definindo a atualidade do Brasil: “Quando observares a corrupção a ser recompensada e a honestidade a converter-se em autossacrifício, então poderás constatar que a tua sociedade está condenada.”. Essa realidade representa o declínio da democracia no Brasil, pois, quando os valores fundamentais foram violados e pervertidos, não há ninguém que dê crédito a qualquer julgamento atual.
A perversão dos valores democráticos inicia-se de forma sorrateira e com pequenas ações, muitas vezes ignoradas, porque não reverberam de imediato em todos. Porém, quando as leis e os valores são cognominados relativos, não existe mais verdade, apenas vontade própria do homem que domina sobre os outros. E, assim, o poder de coerção passa a ser utilizado como premissa para fazer valer a Democracia. Entretanto, o que está a predominar é a vontade de um em função de outros. Nesse contexto, é valido destacar o filósofo brasileiro Dennis Xavier, responsável por parafrasear Rand, ao dizer que a arte de “coisificar” o individuo, ou seja, torná-lo um apenas um instrumento, com o propósito de alcançar o objetivo próprio, é ignorar o homem como seu próprio herói e que sua felicidade é o fim em si mesmo, para utilizá-lo como algo passível de descarte, o anulando do seu propósito individual. Esse cenário totalitarista é o que todos os comunistas pregam e visam alcançar por onde se instalam, pois são verdadeiros gafanhotos.
Ouvir essa frase é mais um alerta para aqueles que ignoram os sinais dos burocratas instalados no poder. É essencial que haja a manifestação dos libertários, defensores da democracia e capitalismo para que essa corja de estadistas e coletivistas percam força em seus discursos, e a verdade da democracia continue a perdurar, pois essa é a garantia da liberdade no Brasil.

Raphael Ribeiro, Associado I.